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PRIMAVERA
Ah! quem nos dera que isso, como outrora,
inda nos comovesse!
Ah! quem nos dera que inda juntos pudéssemos
Agora ver o desabrochar da primavera!
Saíamos com os pássaros e a aurora,
e, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
"Beijemo-nos! amemo-nos! espera!"
E esse corpo de rosa recendia,
e aos meus beijos de fogo palpitava,
alquebrado de amor e de cansaço....
A alma da terra gorjeava e ria...
Nascia a primavera...E eu te levava,
primavera de carne, pelo braço!
Ah! quem nos dera que isso, como outrora,
inda nos comovesse!
Ah! quem nos dera que inda juntos pudéssemos
Agora ver o desabrochar da primavera!
Saíamos com os pássaros e a aurora,
e, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
"Beijemo-nos! amemo-nos! espera!"
E esse corpo de rosa recendia,
e aos meus beijos de fogo palpitava,
alquebrado de amor e de cansaço....
A alma da terra gorjeava e ria...
Nascia a primavera...E eu te levava,
primavera de carne, pelo braço!
1 comentários:
Oi, Betânia! Lindos versos de Bilac... Confesso que a Primavera ainda me comove... Embora o outono tenha também o seu charme... Abraço amigo, parabéns pelos blogs de tanta qualidade!...