•15:09:00
Vendo-a Sorrir
(A minha filha)
Filha, quando sorris, iluminas a casa
Dum celeste esplendor.
A alegria é na infância o que na ave é asa
E perfume na flor.
Ó doirada alegria, ó virgindade santa
Do sorriso infantil!
Quando o teu lábio ri, filha, a minha alma canta
Todo o poema de Abril.
Ao ver esse sorriso, ó filha, se concentro
Em ti o meu olhar,
Engolfa-se-me o céu azul pela alma dentro
Com pombas a voar.
Sou o Sol que agoniza, e tu, meu anjo loiro,
És o Sol que se eleva.
Inunda-me de luz, sorri, polvilha de oiro
O meu manto de treva!
Guerra Junqueiro, in 'Poesias Dispersas'
4 comentários:
Linda poesia que com palavras belas faz sonhar.
Bela inciativa, pois, quando se fala de Guerra Juqueiro, não há superlativo na lingua portuguesa, para expressar seu talento...
voce é o genio da poesia,...
amei